terça-feira, 15 de setembro de 2009

O brasileiro finge que trabalha

Descobri esses dias que, na empresa onde trabalho, o país cujos funcionários ficam até mais tarde trabalhando é o Brasil. O brasileiro trabalha mais, então? Não: trabalha menos. O conhecimento prévio de que vai ser necessário ficar no serviço até altas horas diminui o ritmo e o que se resolve em 8 horas em outros países deve levar 12 por aqui. A hora extra se impõe antes de se fazer necessária.

Agora eu entendo a obsessão que o brasileiro tem por se dizer ocupado. Se não o fizer, vai ser confundido com o grosso dos brasileiros, tidos como preguiçosos. É preciso deixar bastante claro na mesa do bar que trabalham 12, 16 horas por dia; pouco importa se 2 ou 3 delas foram gastas no corredor do cafezinho e outras tantas em sites de notícias.

O mais deprimente é ver o pessoal que vem de fora se adaptando a essa realidade: primeiro tentam esboçar alguma reação, lembram que têm famílias e outros afazeres em casa etc. Depois, mui brasileiramente, desaceleram o trabalho, aproveitam cada oportunidade para interrompê-lo, catimbam mais que time argentino em final de Libertadores. Ouçam o que digo: os brasileiros, e os estrangeiros que se lhes assemelham, apenas fingem que trabalham.

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