Entrei um pouco atrasado no curso de filosofia do Olavo de Carvalho, mas acho que ainda consigo alcançar o bonde. Nas primeiras aulas ele fala muito da dificuldade de suprimir o hiato entre discurso filosófico, conceitos universais etc. e a experiência real. Parece que as pessoas desdenham uma apreensão exata da experiência real porque (a) ela seria banal, sendo portanto mais interessante ir direto às fantasias mirabolantes, ou (b) ela seria impossível. No item b incluem-se relativistas, desconstrucionistas etc. que dizem, entre outras coisas, que o que vemos não são os objetos em si, mas uma manifestação fenomênica particular. Por exemplo, podemos ver um elefante pelo lado direito e a 10m de distância, ou a 20m de distância, mas nunca o elefante global, o elefante em si.
Assim como há os que acham que podemos saber tudo (e se empolgam), há os que acham que não podemos saber nada (e se desesperam). Essa observação do elefante é o tipo da coisa boba que acaba sendo aceita quando expressa em linguagem acadêmica, e simplesmente porque ninguém está treinado pra negar o que é obviamente falso. O Olavo observa que a limitação (se vamos considerar isso uma limitação...) de não podermos observar o elefante dos dois lados simultaneamente corresponde à 'limitação' do elefante de não poder se mostrar da mesma forma.
O coeficiente de desconhecimento, então, é a medida do que não é potencialmente conhecível: não sabemos não por falha nossa, mas porque tem de ser assim. Acho engraçado quando esses conceitos encontram correspondentes científicos: ninguém sai por aí dizendo que a física está acabada porque não podemos conhecer, exata e simultaneamente, a posição e o momento linear de uma partícula. Pois é precisamente isso que enuncia o princípio da incerteza de Heisenberg: o produto das incertezas de cada grandeza é sempre maior que uma dada constante (no caso, a constante de Planck reduzida dividida por 2), isto é, se conhecemos com precisão a posição da partícula, pouco sabemos sobre seu momento linear.
Mais uma vez, há quem ache que se trata de uma limitação do observador (como o próprio Heisenberg), e há quem acredite que se trata da natureza mesma do sistema, assim como descrita pelas equações da mecânica quântica. O elefante fica mais complexo e nós ficamos mais calmos.
Assim como há os que acham que podemos saber tudo (e se empolgam), há os que acham que não podemos saber nada (e se desesperam). Essa observação do elefante é o tipo da coisa boba que acaba sendo aceita quando expressa em linguagem acadêmica, e simplesmente porque ninguém está treinado pra negar o que é obviamente falso. O Olavo observa que a limitação (se vamos considerar isso uma limitação...) de não podermos observar o elefante dos dois lados simultaneamente corresponde à 'limitação' do elefante de não poder se mostrar da mesma forma.
O coeficiente de desconhecimento, então, é a medida do que não é potencialmente conhecível: não sabemos não por falha nossa, mas porque tem de ser assim. Acho engraçado quando esses conceitos encontram correspondentes científicos: ninguém sai por aí dizendo que a física está acabada porque não podemos conhecer, exata e simultaneamente, a posição e o momento linear de uma partícula. Pois é precisamente isso que enuncia o princípio da incerteza de Heisenberg: o produto das incertezas de cada grandeza é sempre maior que uma dada constante (no caso, a constante de Planck reduzida dividida por 2), isto é, se conhecemos com precisão a posição da partícula, pouco sabemos sobre seu momento linear.
Mais uma vez, há quem ache que se trata de uma limitação do observador (como o próprio Heisenberg), e há quem acredite que se trata da natureza mesma do sistema, assim como descrita pelas equações da mecânica quântica. O elefante fica mais complexo e nós ficamos mais calmos.
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